Receita cresce 22% e produção avança 26% em um ano; companhia reforça caixa e prepara operação de Wahoo
A PRIO S.A. (B3: PRIO3) registrou lucro líquido de US$ 92 milhões no terceiro trimestre de 2025, queda de 44% em relação ao 3T24, reflexo da paralisação temporária do campo de Peregrino, que reduziu o volume consolidado de produção. Mesmo com o impacto operacional, a receita total subiu 22%, para US$ 607 milhões, impulsionada pelo avanço de 26% na produção e 36% nas vendas na comparação anual.
O EBITDA ajustado (ex-IFRS 16) somou US$ 320 milhões, ligeira queda de 2% frente ao mesmo trimestre de 2024. A margem operacional se manteve sólida, refletindo a eficiência dos campos operados pela companhia, especialmente Albacora Leste, que alcançou recorde trimestral de eficiência de 91,1%.
A produção média consolidada foi de 88,2 mil barris por dia (boe/d), avanço de 26% em 12 meses, mas queda de 12% em relação ao 2T25 devido às paradas programadas e à interdição temporária de Peregrino pela ANP. A produção do campo foi retomada em 17 de outubro, e o ativo já opera acima de 100 mil barris diários.
No campo de Albacora Leste, a PRIO manteve estabilidade e atingiu níveis mensais recordes de eficiência — 97,2% em julho e 95,2% em agosto. Em Frade, a produção cresceu 43% sobre o trimestre anterior, enquanto o cluster Polvo e Tubarão Martelo avançou 26%, com a conclusão do workover do poço TBMT-6H.
O lifting cost (custo de extração) ficou em US$ 17,4 por barril, 26% acima do trimestre anterior, refletindo o efeito das paradas em Peregrino.
A empresa também obteve a Licença de Instalação para o campo de Wahoo, permitindo o início da interligação submarina com o FPSO Frade. A perfuração de dois dos quatro poços produtores já foi concluída, e o primeiro óleo está previsto para março ou abril de 2026.
Em termos financeiros, a PRIO encerrou setembro com posição de caixa robusta após emitir debêntures de R$ 3 bilhões (US$ 539 milhões) a 6,59% ao ano e bonds de US$ 700 milhões a 6,75% anuais em outubro, com parte dos recursos destinados à recompra dos títulos com vencimento em 2026. A alavancagem permaneceu controlada, com Dívida Líquida/EBITDA ajustado próxima de 0,5x.
No campo corporativo e social, a PRIO destacou as ações de segurança operacional, como simulações com Marinha e IBAMA, e o fortalecimento do Instituto PRIO, que conduz iniciativas de sustentabilidade e integração com comunidades pesqueiras.
Com a retomada plena de Peregrino e o avanço de Wahoo, a companhia projeta encerrar 2025 com crescimento consistente de produção e receita, consolidando-se como a maior petroleira independente do país.
