Lucro ajustado de R$ 2,17 bilhões e dividendos de R$ 8,3 bilhões marcam trimestre de transição estratégica
A AXIA Energia (AXIA3), antiga Eletrobras, encerrou o terceiro trimestre de 2025 com resultados que refletem uma empresa em transição — menos exposta a riscos, mais eficiente e totalmente voltada à energia renovável. O lucro líquido ajustado foi de R$ 2,176 bilhões, queda de 68% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas que mantém a companhia entre as mais rentáveis do setor elétrico.
O EBITDA regulatório ajustado somou R$ 6,38 bilhões, queda moderada de 5,8%, sustentada pelo aumento de 9,8% na receita de transmissão e pela redução de 10% nos custos operacionais. Mesmo com a diminuição da receita de geração — afetada pela venda das térmicas do Amazonas —, o desempenho mostra uma evolução resiliente da margem operacional, reflexo direto da busca por eficiência e da melhora na gestão de portfólio.
Os investimentos cresceram 57%, totalizando R$ 2,7 bilhões, com destaque para os reforços e melhorias em transmissão e para o projeto de revitalização do sistema HVDC de Itaipu. A companhia também garantiu presença no Leilão de Transmissão 04/2025, arrematando quatro lotes com RAP de R$ 138,7 milhões e CAPEX projetado de R$ 1,63 bilhão.
Em um movimento que consolida seu novo posicionamento, a AXIA concluiu em outubro a venda da UTE Santa Cruz, tornando-se uma empresa 100% renovável. Além disso, avançou em desinvestimentos estratégicos, como a venda da Eletronuclear para a J&F e da participação na EMAE para a Sabesp, ao mesmo tempo em que adquiriu o controle integral da Tijoá Energia, com 808 MW de capacidade instalada.
No campo financeiro, a dívida líquida alcançou R$ 42,6 bilhões, com alavancagem de 1,9x o EBITDA, patamar confortável para o setor. O fluxo de caixa operacional seguiu forte, atingindo R$ 6,7 bilhões, mesmo após o pagamento de R$ 4 bilhões em dividendos em agosto. O conselho aprovou nova distribuição de R$ 4,3 bilhões, elevando o total de 2025 a R$ 8,3 bilhões, equivalente a R$ 3,65 por ação AXIA3.
Os resultados do trimestre mostram que, apesar da queda contábil do lucro, a AXIA está entregando o que o mercado espera: disciplina financeira, eficiência e retorno ao acionista. O desinvestimento em ativos não estratégicos e o avanço na transição para a energia limpa colocam a empresa em posição favorável para crescer com sustentabilidade.
Em um setor pressionado por juros altos e incertezas regulatórias, a AXIA Energia emerge como uma companhia mais leve, mais verde e financeiramente sólida. O desafio agora é transformar essa base em expansão rentável e consolidar o papel da AXIA3 como a nova referência de performance e governança no mercado elétrico brasileiro.
