A escassez de semicondutores, componentes essenciais para o funcionamento de veículos e equipamentos eletrônicos, voltou a gerar preocupação no setor automotivo brasileiro. O problema, de origem geopolítica, teve início após o governo holandês intervir em uma empresa chinesa com operações na Holanda e participação de cerca de 40% do mercado mundial desses chips. Em reação, a China suspendeu as exportações de parte de sua produção, afetando o fornecimento global.
No Brasil, montadoras e fabricantes de autopeças relatam risco de interrupção na produção nas próximas semanas, caso o acesso aos componentes não seja restabelecido. O setor automotivo representa 20% da indústria de transformação nacional e emprega cerca de 1,3 milhão de pessoas, de forma direta e indireta.
As empresas estimam ter estoque suficiente para aproximadamente duas semanas de produção, o que aumenta a urgência de uma solução. Diante desse cenário, o Brasil busca negociações diplomáticas com a China para garantir o fornecimento de semicondutores usados em veículos flex.
A situação reflete a dependência global de cadeias produtivas concentradas, especialmente em setores de alta tecnologia, e reforça o debate sobre a necessidade de diversificação de fornecedores e estímulo à produção local desses insumos estratégicos.
A expectativa é de que o diálogo internacional possa amenizar os impactos de curto prazo, enquanto o setor discute estratégias estruturais para reduzir a vulnerabilidade a crises semelhantes no futuro.
