O mercado de capitais brasileiro movimentou R$ 630,9 bilhões em emissões de valores mobiliários até o fim do 3º trimestre de 2025, segundo o Boletim Econômico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O levantamento mostra avanço em segmentos como fundos imobiliários (FIIs), fundos de direitos creditórios (FIDCs) e plataformas de investimento participativo (crowdfunding), mesmo com leve retração nas emissões de renda fixa.
A indústria de FIIs registrou aumento de 13,9% no volume emitido, alcançando R$ 68,8 bilhões em 2025, ante R$ 60,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Já os FIDCs cresceram 8,6%, somando R$ 97,9 bilhões contra R$ 90,1 bilhões em 2024.
Por outro lado, os ativos de renda fixa (debêntures, notas promissórias, FIDCs e certificados de recebíveis) tiveram leve queda de 3%, totalizando R$ 525,2 bilhões até setembro.
Crowdfunding em forte expansão
O investimento participativo, conhecido como crowdfunding e regulado pela Resolução CVM 88, continua em ritmo acelerado. Entre janeiro e setembro, o número de ofertas saltou de 253 em 2024 para 629 em 2025, enquanto o volume financeiro quadruplicou, passando de R$ 760 milhões para R$ 3,1 bilhões. O movimento reflete o amadurecimento desse modelo de captação, especialmente entre startups e pequenas empresas.
Crescimento do mercado regulado
O número de participantes regulados pela CVM chegou a 92.322, um aumento de 2,8% em relação a dezembro de 2024. O destaque foi o avanço dos consultores de valores mobiliários, com alta de 20,4% no período. A autarquia também autorizou duas novas centrais depositárias e três administradoras de mercado organizado, ampliando a estrutura do mercado.
O boletim ainda estimou o valor total do mercado regulado em R$ 46,32 trilhões, e, excluindo produtos derivativos, R$ 17,28 trilhões — um crescimento de 8,5% em relação ao terceiro trimestre de 2024. A indústria de fundos de investimento foi o principal motor dessa expansão, atingindo R$ 10,8 trilhões, um aumento de 10,1% no período.

