A Marcopolo S.A. (B3: POMO3; POMO4) registrou lucro líquido de R$ 329,6 milhões no terceiro trimestre de 2025, resultado praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024, quando lucrou R$ 335,7 milhões. A margem líquida ficou em 13,2%, reflexo do avanço das operações internacionais e do controle de custos, mesmo diante da desaceleração do mercado interno.
A receita líquida consolidada atingiu R$ 2,5 bilhões, alta de 8,2% na comparação anual, impulsionada pelo crescimento de 51,3% nas receitas externas, que totalizaram R$ 894,8 milhões, e pelas exportações a partir do Brasil, com expansão de 43%. Já as vendas domésticas recuaram 15,2%, para R$ 1,24 bilhão, refletindo o impacto dos juros altos sobre o crédito e o financiamento de frotas.
O EBITDA somou R$ 419,8 milhões, com margem de 16,8%. Ajustado pelos efeitos não recorrentes relacionados à coligada canadense NFI — que reconheceu impairment de R$ 71,3 milhões —, o indicador teria alcançado R$ 491,1 milhões, alta de 14,3% sobre o mesmo período do ano anterior. O lucro bruto foi de R$ 668,7 milhões, com margem de 26,7%, sustentado pelo melhor desempenho das unidades no exterior e ganhos de eficiência operacional.
A produção consolidada totalizou 4.127 unidades, praticamente estável (-0,1%) em relação ao 3T24. Enquanto o mercado interno apresentou retração de 5,1%, o volume produzido no exterior avançou 26,2%, com destaque para as operações da Argentina e África do Sul. O market share da Marcopolo na produção brasileira de carrocerias subiu para 48,7%, ante 47,6% um ano antes.
O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 33 milhões, beneficiado pela valorização do real frente ao dólar sobre a carteira de exportações. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) ficou em 30,1%, e o retorno sobre o capital investido (ROIC) em 25%, mantendo a companhia entre as mais rentáveis da indústria automotiva brasileira.
Ao fim de setembro, a Marcopolo tinha R$ 1,99 bilhão em caixa, com endividamento líquido industrial de apenas R$ 69,5 milhões, equivalente a 0,05 vez o EBITDA dos últimos 12 meses, o que reforça sua sólida estrutura financeira.
Segundo a companhia, o trimestre foi marcado pela expansão da presença global e pelo avanço de produtos de maior valor agregado, especialmente nas linhas rodoviárias e elétricas. A Marcopolo também destacou o aumento nas entregas de ônibus elétricos no Brasil — 64 unidades no trimestre e 111 no acumulado de 2025, frente a apenas 8 em 2024.
No mercado, a ação POMO4 encerrou setembro cotada a R$ 8,91, conferindo à fabricante valor de mercado de R$ 10,1 bilhões. O número de acionistas chegou a 83,9 mil, com 53,4% das ações preferenciais nas mãos de investidores estrangeiros.

