Holding fecha o trimestre com ROE de 18,5%, reduz endividamento e vê carteira de investimentos avançar 18% no ano
A Itaúsa (ITSA4) registrou lucro líquido de R$ 4,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 10% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionada pelo bom desempenho do Itaú Unibanco, sua principal investida, e pela recuperação operacional das empresas não financeiras do portfólio. O retorno sobre o patrimônio (ROE) atingiu 18,5%, mantendo o patamar de rentabilidade de dois dígitos que vem sustentando a holding há quatro trimestres consecutivos.
O valor de mercado consolidado da Itaúsa somou R$ 168,1 bilhões em setembro, crescimento de 18% no acumulado do ano, desempenho superior ao avanço de 11% do Ibovespa no mesmo período. Segundo o relatório da administração, o resultado reflete a gestão ativa de capital e a diversificação de investimentos, que incluem participações em Aegea, Dexco, Alpargatas e Motiva.
A companhia também destacou a redução do custo médio da dívida, que passou de CDI +1,54% para CDI +1,11%, após operações de pré-pagamento de debêntures e uma nova emissão de R$ 1 bilhão. O prazo médio de endividamento foi ampliado para 7,4 anos, e a dívida líquida recuou 26% em relação ao mesmo trimestre de 2024, reforçando a disciplina financeira.
Nos nove primeiros meses do ano, a Itaúsa distribuiu R$ 3 bilhões em proventos, o que representa um dividend yield de 8,9% sobre o valor de mercado. O retorno total ao acionista (TSR) acumulado em 12 meses chegou a 21,1%, mais que o dobro do Ibovespa.
Entre as controladas, o Itaú Unibanco teve crescimento de 9% no lucro líquido, sustentado pela expansão da carteira de crédito e pelo aumento nas receitas de serviços. Já a Aegea registrou alta de 25,9% no EBITDA, e a Motiva, crescimento de 16,2%, impulsionadas por eficiência operacional. Em contrapartida, a Dexco apresentou retração de receita e margens mais baixas, refletindo a fraqueza do setor de construção e o aumento de custos financeiros.
A holding também destacou que a reforma tributária — cuja implementação plena começa em 2027 — deve reduzir a chamada “ineficiência fiscal” das holdings, ao eliminar a tributação sobre juros sobre capital próprio (JCP) recebidos, o que tende a aumentar a eficiência no repasse de dividendos aos acionistas.
Com caixa robusto de R$ 2,4 bilhões e portfólio de participações diversificado, a Itaúsa encerra o trimestre consolidando sua estratégia de rentabilidade estável e foco em geração de valor de longo prazo, mesmo em um cenário de juros elevados e desaceleração econômica.
