O Inter encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 336 milhões, um avanço de 38,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 6,7% frente ao trimestre imediatamente anterior. O trimestre marcou uma combinação importante: crescimento acelerado da receita e maior eficiência operacional, num momento em que o banco busca consolidar sua posição como plataforma financeira e digital de larga escala.
A receita bruta somou R$ 3,977 bilhões, alta de 48,2% em 12 meses e de 11,5% na comparação trimestral. A receita líquida acompanhou esse movimento, chegando a R$ 2,162 bilhões, crescimento anual de 29% e trimestral de 7,9%. No centro desse resultado está o avanço da margem financeira, impulsionada pela melhora do mix de crédito, com destaque para consignado privado e cartões, duas frentes que vêm ampliando retorno sobre capital de forma consistente.
A receita líquida de juros cresceu 39% em um ano e 10% sobre o segundo trimestre, refletindo uma estratégia mais disciplinada na originação. O banco tem reforçado que seu modelo de crédito está orientado por ROE, priorizando operações de maior eficiência de capital e reduzindo exposição a linhas menos rentáveis. Isso ajudou a sustentar a expansão, mesmo com um ambiente de juros ainda elevados.
As despesas se mantiveram sob controle. Os gastos com pessoal somaram R$ 285 milhões, enquanto as despesas tributárias chegaram a R$ 190 milhões. Já a linha de depreciação e amortização fechou o trimestre em R$ 85 milhões. O lucro antes dos tributos atingiu R$ 418 milhões, um aumento de 42,2% em relação ao ano anterior.
A diversificação de receitas continua sendo um dos pilares da tese do Inter. As receitas de serviços e comissões somaram R$ 628 milhões, uma alta de 6,1% no trimestre e de 4,3% em 12 meses. Mesmo com uma leve queda nas demais receitas, o conjunto permaneceu sólido, reforçando a estratégia de ampliar fontes não dependentes de crédito.
No balanço, o banco terminou o trimestre com Índice de Basileia de 14,6%, sustentado pelo excesso de capital na holding e por cerca de R$ 1,9 bilhão no consolidado. A posição reforça a capacidade de continuar expandindo carteira sem pressionar o nível de capital regulatório.
O resultado do 3T25 confirma que o Inter atravessa uma fase mais madura, com escala maior e capacidade crescente de converter essa escala em rentabilidade. A combinação de expansão do crédito, avanço das receitas digitais e controle de custos mantém a instituição em trajetória consistente de crescimento, mesmo em um ambiente econômico ainda marcado por juros altos e competição intensa no setor financeiro.
