Índice acumula deflação de 1,31% em 2025 e alta de 0,73% em 12 meses, segundo a FGV
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,03% em outubro, após alta de 0,36% em setembro, informou nesta sexta-feira (7) o FGV IBRE. Com o resultado, o índice acumula queda de 1,31% no ano e alta de 0,73% em 12 meses, mostrando perda de fôlego da inflação medida pelos preços no atacado e desaceleração no consumo das famílias.
A deflação foi puxada pelo rec recuo de produtos agropecuários e pela redução nas tarifas de energia elétrica e passagens aéreas, que impactaram diretamente o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), componentes de maior peso na formação do indicador.
“Café, soja, trigo e leite in natura exerceram forte pressão deflacionária no IPA, enquanto energia e passagens aéreas reduziram o IPC em 0,18 ponto percentual”, explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
O IPA, que responde por 60% do índice geral, recuou 0,13% em outubro, revertendo o avanço de 0,30% registrado no mês anterior. Entre os produtos com maiores quedas estão leite in natura (-7,8%), arroz em casca (-8,5%) e trigo em grão (-9,7%).
O IPC, que mede a variação de preços ao consumidor, subiu 0,14%, desacelerando em relação aos 0,65% de setembro, com destaque para a deflação nos grupos Habitação (-0,23%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,43%). O núcleo de inflação, porém, acelerou de 0,24% para 0,31%, mostrando persistência em itens de serviços e alimentação.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou 0,30%, acima dos 0,17% de setembro, pressionado pelo aumento de materiais e equipamentos (0,39%) e pela elevação dos custos de mão de obra (0,23%).
Entre as maiores altas do mês estão uva (+24,8%), batata-inglesa (+24,0%) e carne de aves (+3,5%). No lado oposto, energia elétrica (-2,8%), passagens aéreas (-5,4%) e arroz (-3,1%) contribuíram para o alívio inflacionário.
O resultado de outubro reforça o cenário de inflação controlada e heterogênea entre setores, com alívio vindo do campo e da energia, mas resistência nos custos de serviços e construção civil.
Para novembro, os analistas da FGV preveem estabilidade nos preços ao produtor, mas alertam que fatores externos, como o câmbio e as condições climáticas sobre commodities agrícolas, ainda podem alterar o comportamento do índice até o fim do ano.
