A Gerdau S.A. registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,09 bilhão no 3º trimestre de 2025, alta de 26,2% sobre o trimestre anterior, mas queda de 23,9% em relação a 2024, refletindo o contraste entre o bom desempenho na América do Norte e a pressão de preços no Brasil.
O EBITDA ajustado somou R$ 2,7 bilhões, crescimento de 6,9% frente ao 2T25, com margem de 15,2%. A receita líquida alcançou R$ 18 bilhões, avanço de 2,6% no trimestre e 3,5% em 12 meses, impulsionada por vendas de 3,1 milhões de toneladas de aço, o maior volume desde 2022.
O mercado norte-americano respondeu por 65% do EBITDA consolidado, atingindo o maior patamar dos últimos dois anos, graças à demanda resiliente e à redução das importações, favorecida pelo reforço das tarifas da Seção 232 nos EUA. No Brasil, o cenário foi oposto: mesmo com aumento de 16,6% nas vendas, os preços caíram pela sobreoferta de aço importado, que manteve a penetração em 22,9%, mais que o dobro da média histórica.
A companhia anunciou R$ 555,2 milhões em dividendos (R$ 0,28 por ação), com pagamento em 11 de dezembro, e já executou 88% de seu programa de recompra, somando 56,8 milhões de ações readquiridas em 2025.
Os investimentos (CAPEX) somaram R$ 1,7 bilhão no trimestre, 77% deles no Brasil, com destaque para o ramp-up da linha de bobinas a quente de Ouro Branco (MG) e o avanço da mina sustentável de Miguel Burnier. A alavancagem financeira permaneceu baixa, com dívida líquida/EBITDA em 0,81x, e fluxo de caixa livre positivo de R$ 1 bilhão.
A Gerdau voltou a defender medidas de proteção comercial no Brasil, argumentando que a disparidade frente ao mercado norte-americano compromete margens, competitividade e geração de empregos.
