Receita fica estável, mas eficiência industrial e segmento de estética sustentam rentabilidade
A Blau Farmacêutica (B3: BLAU3) registrou lucro líquido de R$ 105 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 52% sobre o mesmo período do ano anterior. O resultado foi impulsionado por ganhos financeiros com o desinvestimento da Prothya e pela eficiência operacional, que elevou a margem bruta para 41%, o oitavo avanço consecutivo nesse indicador.
A receita líquida somou R$ 475 milhões, praticamente estável em relação a 2024 (+0,3%), com desempenho desigual entre os segmentos. O negócio hospitalar, que responde pela maior parte da receita, recuou 5,8%, afetado por limitações de capacidade produtiva e pela menor demanda do canal público. Já a divisão de varejo, estética e plasma cresceu 42%, com destaque para a troca de distribuidor da toxina botulínica Botulift® e pelo avanço dos lançamentos, que representaram 8% da receita total.
O EBITDA recorrente foi de R$ 114 milhões, com margem de 24,1%. Desconsiderando a provisão da subsidiária americana Hemarus, a margem teria alcançado 25,8%. Segundo a empresa, o aumento de despesas reflete investimentos em projetos estruturais e expansão da capacidade industrial.
A margem líquida consolidada subiu para 22,2%, 7,6 pontos percentuais acima do 3T24, enquanto o lucro líquido recorrente atingiu R$ 72 milhões, avanço de 5%. Excluindo o impacto da Hemarus, o lucro recorrente seria de R$ 80 milhões, com margem de 16,9%.
A companhia destacou a conclusão do turnaround da fábrica Bergamo, adquirida há dois anos, que atingiu a mesma rentabilidade das demais plantas. O CEO Marcelo Hahn afirmou que o foco agora é a expansão da capacidade produtiva, com novas linhas de antibióticos, biológicos e embalagens em Cotia, Caucaia e São Paulo, previstas para entrar em operação entre 2026 e 2027.
O CAPEX do trimestre foi de R$ 117 milhões, alta de 68% sobre 2024, voltado principalmente para pesquisa e desenvolvimento (PD&I) e ampliação industrial. A dívida líquida ficou em R$ 197 milhões, equivalente a 0,4 vez o EBITDA, mesmo patamar de alavancagem do trimestre anterior.
A Blau prevê receber no 4º trimestre o valor de € 52,1 milhões referente à venda da participação na Prothya, o que deve fortalecer o caixa e reduzir a alavancagem. A companhia também reportou avanços no desenvolvimento de anticorpos monoclonais (mAbs), com a primeira molécula já concluída e outras em fase de fabricação.
