O Banco do Brasil voltou a classificar 2025 como um “ano de ajustes”, reconhecendo que o aumento da inadimplência — especialmente no agronegócio — continua pressionando o risco de crédito da carteira. Apesar disso, o banco afirma que a geração de resultados segue sólida e que o balanço tem absorvido os impactos.
Na teleconferência de resultados do 3º trimestre, a instituição destacou que o lucro líquido ajustado somou R$ 8,4 bilhões, alta de 12,7% sobre o trimestre anterior. A margem financeira bruta também avançou 5,1%, apoiada na diversificação do mix de crédito.
A inadimplência, porém, permanece como foco de preocupação. O índice de atraso acima de 90 dias na carteira total subiu para 3,86%, enquanto no agronegócio alcançou 5,34%, refletindo casos específicos de grandes empresas e o impacto prolongado da crise no setor. O banco voltou a afirmar que clientes rurais representam apenas 7,6% da carteira PF, mas respondem por 18% da inadimplência do segmento.
Diante do avanço dos atrasos, o custo do crédito subiu 12,7% no trimestre e 66,4% no acumulado do ano, passando a R$ 44 bilhões nos nove primeiros meses de 2025.
Para tentar conter o problema, o BB já iniciou a linha “BB Regulariza Agro”, criada via MP 1.314, oferecendo renegociação com prazos de até nove anos e carência de um ano para cooperativas e produtores.
Mesmo com o cenário desafiador, o banco manteve praticamente todas as projeções do guidance para 2025, incluindo margem financeira, lucro e carteira de crédito. A instituição disse estar preparando terreno para um “novo ciclo de crescimento”, sustentado por disciplina e ajustes operacionais.

