O mercado de trabalho brasileiro encerrou o trimestre de julho a setembro de 2025 com taxa de desocupação de 5,6%, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE, mostram uma economia com emprego estável, renda em alta e informalidade controlada.
Frente ao trimestre anterior, a taxa caiu 0,2 ponto percentual, e na comparação com o mesmo período de 2024, o recuo foi de 0,8 ponto. O número de pessoas desempregadas chegou a 6,04 milhões, o menor contingente já registrado, enquanto a população ocupada se manteve em 102,4 milhões, ainda em patamar recorde.
O nível de ocupação, que mede a proporção de pessoas trabalhando em relação à população em idade ativa, ficou em 58,7%. O destaque ficou com os empregados com carteira assinada, que atingiram 39,2 milhões, novo recorde histórico.
Mais emprego formal e menor subutilização
A taxa de subutilização da força de trabalho — que inclui desempregados, subocupados e pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuram emprego — caiu para 13,9%, também o menor nível da série. O número de subocupados por insuficiência de horas ficou em 4,5 milhões, o mais baixo desde 2016.
Entre os setores, houve avanço em agropecuária e construção, com crescimento de 3,4% em cada, o que representa a criação de aproximadamente 509 mil postos de trabalho. Por outro lado, comércio e serviços domésticos registraram queda, refletindo ajustes sazonais e variações no consumo das famílias.
A informalidade permaneceu estável em 37,8% da população ocupada, o que equivale a 38,7 milhões de trabalhadores. Ainda assim, o número está abaixo do registrado um ano antes, quando a taxa era de 38,8%.
Rendimento e massa salarial seguem em alta
A massa de rendimentos reais dos trabalhadores chegou a R$ 354,6 bilhões, novo recorde, com alta de 5,5% em relação ao ano anterior. O rendimento médio real cresceu 4%, refletindo ganhos salariais e o fortalecimento do emprego formal.
Os maiores avanços de renda foram observados em agropecuária, construção, administração pública, serviços domésticos e atividades financeiras e profissionais.
Cenário de estabilidade com viés positivo
Os dados confirmam um mercado de trabalho aquecido e com tendência de estabilidade, sustentado pela expansão do emprego formal e pelo controle da informalidade. O aumento da renda real, aliado à manutenção do nível recorde de ocupação, reforça o poder de compra das famílias e sustenta o consumo interno — um dos motores do crescimento econômico em 2025.

