Produção industrial recua 0,9% em maio, acumulando perda de 1,7% em dois meses consecutivos
O setor de veículos automotores, reboques e carrocerias recuou 11,7% em maio
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN
7/3/2024
A produção industrial do Brasil registrou uma queda de 0,9% na passagem de abril para maio deste ano, segundo dados divulgados hoje (3) pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo mês consecutivo de queda, acumulando uma perda de 1,7% no período, eliminando o ganho de 1,1% registrado entre fevereiro e março.
Os resultados de maio colocam o setor industrial 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 17,8% abaixo do maior nível da série, alcançado em maio de 2011.
"Em maio, houve predominância de resultados negativos de forma geral, com queda na margem e na comparação com maio do ano anterior, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores", explicou André Macedo, gerente da pesquisa. Ele destacou que as chuvas no Rio Grande do Sul tiveram um impacto significativo, influenciando negativamente o resultado da indústria nacional.
Das 25 atividades investigadas pela pesquisa, 16 registraram queda em maio. As maiores influências negativas vieram dos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%). As enchentes no Rio Grande do Sul impactaram diretamente esses setores, causando paralisações em plantas industriais e afetando o abastecimento para a produção de bens finais.
No setor de veículos automotores, houve paralisações tanto nas montadoras quanto nas fábricas de autopeças, com reflexos negativos em outras regiões do país. O setor de produtos alimentícios registrou o segundo mês consecutivo de queda, acumulando uma perda de 4,7% devido ao impacto climático e às chuvas no Rio Grande do Sul.
Outros setores que contribuíram para o resultado negativo do mês foram produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).
No entanto, houve impactos positivos significativos de indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). O crescimento desses setores evitou uma queda maior no resultado geral da indústria. O setor extrativo, por exemplo, registrou aumento na extração de petróleo e minério de ferro.
Na comparação com abril, todas as grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%).
Em relação a maio do ano passado, a indústria recuou 1,0%, com 14 dos 25 ramos pesquisados registrando queda. As maiores influências negativas vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,0%), máquinas e equipamentos (-8,9%), metalurgia (-5,6%) e produtos químicos (-3,6%).
O setor acumula uma alta de 2,5% nos primeiros cinco meses do ano, e um avanço de 1,3% no acumulado dos últimos 12 meses, indicando uma redução na intensidade do ritmo de crescimento comparado ao resultado de abril (1,5%).
Sobre
Carlos Augusto é jornalista, repórter fotográfico e especialista em criação de sites, com formação em Comunicação Institucional e Gestão Pública. Acadêmico de Ciências Contábeis, une habilidades em comunicação e escrita a uma visão analítica, integrando com excelência as áreas de comunicação e economia.
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