Mercado financeiro eleva previsão de inflação pela oitava semana consecutivo
Para 2025, a projeção da inflação também subiu, de 3,85% para 3,87%. Já para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
ECONOMIA
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
7/1/2024
Pela oitava semana consecutiva, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do Brasil – foi elevada, passando de 3,98% para 4% em 2024. Os dados foram divulgados no Boletim Focus desta segunda-feira (1º), pesquisa semanal do Banco Central (BC) que coleta as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a projeção da inflação também subiu, de 3,85% para 3,87%. Já para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa para 2024 está acima da meta de inflação, mas ainda dentro do intervalo de tolerância definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A partir de 2025, o sistema de meta contínua entrará em vigor, eliminando a necessidade do CMN de definir uma meta de inflação anualmente. Na semana passada, o colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com a mesma margem de tolerância.
Em maio, a inflação no Brasil foi de 0,46%, pressionada pelos preços de alimentos e bebidas, após ter registrado 0,38% em abril. No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 3,93%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas econômicas interromperam o ciclo de cortes iniciado há quase um ano. Na última reunião, em junho, a Selic foi mantida nesse patamar após sete reduções consecutivas.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano. Com o controle dos preços, o BC iniciou os cortes na Selic.
Antes do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o menor nível da série histórica iniciada em 1986, em resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 no patamar atual de 10,5% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano, e para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida para 9% ao ano.
Quando o Copom aumenta a Selic, a intenção é conter a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que afeta os preços. Contudo, os bancos também consideram outros fatores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas, na definição dos juros cobrados dos consumidores, o que pode dificultar a expansão econômica.
Quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais barato, incentivando a produção e o consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira em 2024 permaneceu em 2,09%. Para 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,98%. Em 2026 e 2027, o mercado financeiro estima uma expansão de 2% para ambos os anos.
Superando as projeções, em 2023 a economia brasileira cresceu 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões, conforme o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento foi de 3%.
A previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,20 no final de 2024. Para o fim de 2025, a expectativa é que a moeda americana esteja cotada a R$ 5,19.
Sobre
Carlos Augusto é jornalista, repórter fotográfico e especialista em criação de sites, com formação em Comunicação Institucional e Gestão Pública. Acadêmico de Ciências Contábeis, une habilidades em comunicação e escrita a uma visão analítica, integrando com excelência as áreas de comunicação e economia.
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