Candidatos apostam em uma única rede social; será mesmo vantajoso?

28/08/2024

COMUNICAÇÃO

Por Carlos Augusto

Em 2024, observou-se uma tendência marcante nas campanhas eleitorais: candidatos e candidatas praticamente abandonaram o uso de websites como páginas oficiais de campanha, optando por concentrar seus esforços em uma única rede social — o Instagram. Dado o panorama atual das redes sociais no Brasil, esta escolha levanta questões sobre a eficácia de se apostar em apenas uma plataforma para se comunicar com os eleitores.

As redes sociais mantêm-se extremamente populares no Brasil, com números expressivos de usuários. O WhatsApp é a rede mais utilizada, com aproximadamente 164 milhões de usuários ativos, sendo uma ferramenta essencial para a comunicação diária entre pessoas e empresas. O YouTube segue de perto, com cerca de 144 milhões de usuários, destacando-se como a principal plataforma de vídeos.

O Instagram, com cerca de 134,6 milhões de usuários ativos, é particularmente popular e é a rede onde os brasileiros mais passam tempo, especialmente em dispositivos móveis. Embora o Facebook, com seus 111,3 milhões de usuários, já não seja líder, ele continua relevante, principalmente para grupos e o Marketplace. Outras redes, como o TikTok, com 98,6 milhões de usuários, e o LinkedIn, com 68 milhões de usuários, também desempenham papéis importantes, especialmente em nichos específicos como entretenimento e networking profissional.

Apesar da popularidade das redes sociais, é arriscado para os candidatos apostarem todas as suas fichas em apenas uma plataforma, como o Instagram. Existem várias razões pelas quais a manutenção de um website próprio é crucial em uma campanha eleitoral:

Um website oficial permite que todas as informações relevantes sobre o candidato, como biografia, propostas, agenda de eventos, notícias e formas de contato, estejam reunidas em um único lugar. Isso facilita o acesso dos eleitores a informações confiáveis e atualizadas diretamente da campanha, sem as limitações impostas pelos algoritmos das redes sociais.

Ter um website próprio transmite uma imagem de seriedade e comprometimento, demonstrando que o candidato investe em uma comunicação estruturada e profissional. Isso pode aumentar a confiança dos eleitores, algo essencial em um ambiente político competitivo.

Nas redes sociais, o conteúdo está sujeito a regras e algoritmos que podem limitar seu alcance ou até ser removido. Com um website, o candidato tem controle total sobre o conteúdo, garantindo que suas mensagens principais permaneçam visíveis e acessíveis.

Um website permite total personalização em termos de design, cores, logos e mensagens, alinhando-se perfeitamente à identidade visual e ao branding do candidato. Isso contribui para a criação de uma marca forte e reconhecível, algo mais difícil de se alcançar em redes sociais com restrições de personalização.

Websites podem incluir funcionalidades interativas como formulários de voluntariado, doações, inscrições para newsletters, e até mesmo enquetes e comentários. Isso cria um canal direto de comunicação e engajamento com os eleitores, permitindo-lhes participar ativamente da campanha.

Com técnicas de SEO, um website pode ser facilmente encontrado por eleitores que buscam informações sobre o candidato no Google ou outros buscadores, aumentando a visibilidade online da campanha de forma orgânica.

Websites permitem a instalação de ferramentas de análise, como o Google Analytics, que fornecem dados detalhados sobre o comportamento dos visitantes. Esses dados ajudam a campanha a entender melhor o público e ajustar estratégias conforme necessário.

Ao contrário dos perfis em redes sociais, que podem ser suspensos ou deletados, um website pertence totalmente ao candidato e pode continuar existindo e sendo atualizado durante e após a campanha. Isso garante que o legado da campanha e a comunicação contínua com os eleitores sejam mantidos.