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    Home » SERTÃO EM TEMPO DE MANGA
    A Crônica da Semana

    SERTÃO EM TEMPO DE MANGA

    Pedro Paulo PaulinoPor Pedro Paulo Paulino23/12/2022Nenhum comentário3 minutos de leitura
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    Foto: Pedro Paulo Paulino


    Em várias paragens deste sertão imenso, uma novidade que se repete por este período do ano e aguardada com expectativa é a safra de mangas. Entre dezembro e janeiro acontece a alta estação dessas frutas sazonais e saborosas. As mangueiras frondosas encontram-se especialmente plantadas no leito ou margem de rios e riachos secos a maior parte do ano, porém férteis. Ao contrário da maioria de outras plantas, estas frutificam mesmo na ausência de chuvas – e frutificam sempre em abundância.

    As espécies mais comuns são a manga maracá, a manguita e a jordão. Há, todavia, entre todas a coité, que pode ser classificada como a rainha das mangas. É um fruto nobre por excelência e tipicamente cearense. Como tal, é resistente, robusta e preciosa. De formato quase esférico, há delas que atinge perto dos mil gramas, sem risco de exagero. Sob a casca lisa e fina, esconde-se a polpa carnuda e deliciosa, suculenta e macia, envolvendo o caroço compacto que é a semente de um novo pé de manga.

    Apreciando a manga coité com os olhos e com o paladar; sentindo o cheiro do seu néctar e a sua macieza, é de se ficar por algum tempo absorto, meditando no milagre da natureza, que do solo adusto e tostado pela soalheira constante faz brotar essa verdadeira ambrosia da caatinga, onde não habitam outros deuses senão o sol e o vento. E tudo isto pela força e vitalidade da própria terra, sem qualquer manejo nem artifício humanos! Produção em larga escala, enquanto dura a sazonalidade, que por alguns dias faz a festa da vizinhança. O dono do pé de manga, nesse período, é a celebridade da redondeza, o sujeito mais visitado e assediado; mas, como todo bom sertanejo, é sempre o homem generoso que sabe partilhar.

    A mangueira frondosa é como um castelo formado de incontáveis folhas verdes, altaneiro e soberano, espetando os céus com seus galhos majestosos e dominando como um colosso a paisagem árida do sertão seco. São ilhas ou oásis vegetais, que dão alento aos olhos, descanso e alimento ao corpo. Porque tão atrativo quanto o sabor das mangas do sertão, é apreciá-las direto na fonte, debaixo da sombra farta e agasalhadora da mangueira, que é hospedagem certa de um sem-número de vidas. É no abrigo sombreado e calmo do pé de manga, que se ouvem o zumbido dos insetos e abelhas e o cochicho das aves, compartilhando todos do banquete gratuito da natureza. Nessa circunstância prazerosa, vale tudo: lambuzar-se de manga, limpar a boca com as costas da mão e, por conseguinte, limpar a mão na própria roupa. Deitar no solo forrado de folhas e cascas, ouvir a voz do silêncio ao redor e abandonar-se ao vento em pleno estado de graça.

    Há, nas cercanias onde moro, um desses pequenos paraísos, singelos e pomposos a um só tempo, longe da poluição e da maledicência nossa de cada dia. Local apropriado para as fugas do espírito e relaxamento da carcaça física. E foi lá, a convite dum parente e vizinho de meia légua, onde estive regaladamente, apreciando o doce de suas mangas, descalço e pisando a terra fresca no leito do riacho que cruza a propriedade; enchendo os olhos e o coração da serenidade do local, numa viagem de volta e demorada aos ditosos tempos de minha meninice. Coisa que, como se diz por cá, não há dinheiro que pague.

    Pedro Paulo Paulino

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    Pedro Paulo Paulino
    • Local na rede Internet

    Atuante tanto na literatura de cordel quanto na poesia erudita, com diversas conquistas em prêmios literários de âmbito nacional. Além de seu trabalho como escritor, ele também é redator e diagramador de jornais, revistas e livros, atuando dentro e fora de Canindé. Como radialista, Pedro Paulo apresenta um programa aos domingos, focado em resgatar sucessos da Velha Guarda.

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